Há algum tempo venho pesquisando e matutando a respeito de uma questão existencial. Comida Italiana ou Francesa?
Especificamente falando-se de Brasil, essa questão é fácil de responder: Italiana. Se você visitar um shopping Center irá perceber o que eu digo: 70% das praças de alimentação são compostas de estabelecimentos vendendo comida italiana, seja ela Pizza, Panini, massa ou outras delicias da culinária do país da bota. Mas o que acontece com a comida francesa que é tão mal “representada” assim no Brasil?
De acordo com meus estudos e pesquisas, e claro, senso comum, a preferência brasileira pela comida italiana é uma questão mais cultural do que de qualidade e sabores. Afinal de contas, somos uma sociedade voltada para a cozinha de avós e de reuniões familiares em eventos e finais de semana. Isso significa que ninguém quer ficar horas e horas cozinhando vários pratos em seqüência. Cozinhamos tudo de uma vez, colocamos na mesa e pronto! Mesa posta, todos reunidos e começa a refeição, a conversa e é como se estivéssemos na mesa da família Corleone em o Poderoso Chefão, crianças correndo pra todos os lados.
A fartura nas porções de macarronada, lasanha, canneloni, pizza, bisteca e outros pratos comuns desta culinária também é razão para tornar esta comida a preferida dos brasileiros. Na cidade onde cresci no interior de Minas Gerais você encontra pizza até na churrascaria, em 20 sabores e, em Brasília, encontramos ela até mesmo no Senado e Congresso (apologias a parte). A questão principal é mesmo o fato de estarmos acostumados a comer da forma e fartura italiana, e o nosso preconceito com as outras cozinhas, “Francesa é só uma ervilha no prato”, “Japonês só come peixe cru”, “Americana é só hambúrguer”, “Alemã: porco e batata”, nos leva a ter pouco conhecimento sobre outras opções.
Porém vale salientar que a cozinha italiana não são somente massas e pizzas. Ela é uma gastronomia muito rica, dividida em várias regiões que apresentam características particulares, mas os peixes e frutos do mar são muito presentes na dieta italiana. Na região central e montanhosa da Itália, os cortes de porcos e gado são bastante comuns. Na região de Nápoles, por exemplo, se come os quatros estômagos da vaca. Existe também a alta gastronomia italiana, semelhante à alta cozinha francesa composta de ingredientes como as trufas, pignoles, aceto di barolo e etc. Esta alta cozinha italiana é também servida em seqüências, como a alta cozinha francesa e a alta cozinha contemporânea.
Já a cozinha francesa, apesar de ser pouco difundida no Brasil, apresenta também o que pode ser considerada de cozinha simples. Que se assemelha a cozinha italiana e a mediterrânea em geral. Entretanto a cozinha francesa que possui maior representação fora da frança é exatamente a alta cozinha, onde os pratos são servidos em seqüência com porções menores, composta geralmente de quatro ou cinco pratos. E é este o ponto cultural que não conhecemos aqui no Brasil.
Geralmente o brasileiro chega a um restaurante e pede logo o prato principal, ou pede um aperitivo (porção de qualquer coisa) e o prato principal. Analisando a questão brasileira, os restaurantes italianos (que aqui são conhecidos por aqueles que servem massa, risotos ou pizzas) saem com vantagem, pois um prato de macarronada, “enche” muito mais que um prato com porção de 200g de carne e dois acompanhamentos de vegetal como os franceses servem. Mas, claro que poucos se importam em saber que uma refeição não é composta somente do prato principal, e sim toda a sua composição, entrada ou salada, prato principal e sobremesa (no almoço) ou entrada ou salada, primeiro prato, prato principal e sobremesa (jantar).
Então, se me perguntam qual comida eu gosto mais, a italiana ou francesa, respondo que as duas, porém prefiro o jeito francês de comer em seqüência de pratos. Até porque no fundo as duas cozinhas são bem bastantes influenciadas entre si, mas isso é assunto para outro post. E você, o que prefere?
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Em se tratando de uma refeição em algum restaurante, prefiro uma experiência mais demorada, diversificada e completa, ou seja, sempre opto pelo menu degustação (se for oferecido na casa). Também gosto bastante de deixar as escolhas nas mãos do chef, pois foi ele quem elaborou o menu e o executou. Como não tenho restrições, sempre curto bastante quando tenho esta oportunidade. Inclusive, sou um incentivador e entusiasta dos menus degsutação! Fico muito desapontado pelo fato de que em BH não há muitas opções. Geralmente qdo o oferecem é composto de 3 serviços e durante a semana. Em uma viagem a Espanha amei a possibilidade de experimentar grandes menus em quase todos os restaurantes, estrelados ou não! Um dia chegaremos lá! Sp e Rio claro saem na frente, nós mais conservadores demoraremos um pouco mais!!